Aos meus alunos

Um dia, tinha eu 13/14 anos, uma professora disse-me que tinha voz de fagote...passados 10 anos tinha o curso superior de canto. Ela não...se calhar o problema é dela.
Depois fiquei doente. Ainda sem saber se era linfoma ou sarcoidose, fiz provas para dar aulas de Coro no Conservatório de Música do Porto. Entrei. Uma médica disse que eu iria (ou tinha que) deixar de cantar...passados 7 anos cá continuo. [Mal (para uns) ou bem (para outros), faço/canto o que gosto e o que quero (para mim é o que importa). E dirijo, cada vez mais e...adoro! Gosto, principalmente, de trabalhar com os mais novos.] Houve quem achasse que iria morrer. E é verdade! Morri para algumas coisas e, é certo, um dia morrerei de vez. Mas não é para já, porque a tarefa ainda vai a meio.

E já me disseram tantas vezes "não podes" em tanta coisa, que teimo em andar com a mochila às costas. Atitude diária e ad eternum. Também já me disseram "ninguém gosta de ti". Não é bem assim...há quem não goste, mas há quem goste. Óptimo! Tu ficas com os de lá e eu fico com os de cá. Tarefa cumprida, conteúdo a manter.
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Olho para o relógio. Já é dia 8 de Março, dia internacional da Mulher. Conheço algumas Mulheres com letra maiúscula. Inúmera-las é ingrato, mas não posso deixar de lembrar estas Senhoras: a minha ex-professora de Piano, Manuela Guerra; as minhas ex-professoras de Canto, Fernanda Correia e Palmira Troufa; a minha ex-professora de Música de Câmara Ana Mafalda Castro; a minha ex-professora de Português Gina Souto; a minha ex-professora de Música Antiga Jill Feldman. E, claro está, a minha Mãe, junto a mim, e a minha Avó Palmira, lá no Céu e de vez em quando por cá. Mas sempre no coração.